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Técnicas – Walking Bass

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No mundo do jazz, na maioria das vezes, os solistas recebem mais atenção. Mas é a seção rítmica – o baixo e a bateria – que faz a música suingar. Em shows em que não há baixo e bateria, espera-se que o guitarrista exerça a função da seção rítmica..


Uma maneira legal de fazer o groove rolar é tocar quatro acordes por compasso, à la Freddie Green . Mas para ficar bem legal, você terá que colocar algumas linhas de baixo e acrescentar pontuação rítmica com contrapontos de acordes e de melodias bem colocados. Como um músico pode fazer o trabalho físico e criativo de dois? Com prática e persistência, é possível simular uma mini-banda.. Nesta lição iremos trabalhar os passos básicos para se construir um forte groove de baixo com acordes. Primeiro vamos isolar as habilidades essenciais e, depois, iremos misturar elementos para criar um acompanhamento sólido e suingado.


 Vamos começar com uma simples progressão de acordes de dois compassos – G7 – C7 – e a linha de baixo mais elementar que irá nos levar da tônica do primeiro acorde (G) à tônica do segundo © , usando movimento escalar.. As linhas de baixo no jazz, são geralmente feitas com semínimas uniformes, portanto se fizermos uma linha ascendente de uma tônicas para outra (primeiro tempo, compasso 1, ao primeiro tempo do compasso 2), teremos de contar por cinco notas: G,x,x,x,C. Subindo pela escala apropriada para G7C7 mixolídio- temos somente quatro notas (G,A,B,C). Isto significa que teremos de repetir uma nota (exemplos 1ª e 1b)ou adicionar um tom de passagem cromático(exemplos 1c e 1d). Qualquer uma destas soluções é viável.
 
Caminhando de forma descendente a partir de G, fica mais simples, porque há tons de escala o suficiente para preencher – G, F, E, D, C . Mas se você quiser, ainda pode acrescentar cromatismos, como é mostrado nos exemplos e 2b.




 
Há mais no walking bass do que aprender algumas linhas de baixo legais. Como você está tentando criar uma ilusão em seus ouvidos, o truque é conseguir um timbre que sugira um baixo acústico. E para fazer essa mágica acontecer, você tem de prestar atenção nos detalhes. Regra numero 1: não use palheta – o som resultante disso geralmente é pontudo e estalado. Para um perfeito ataque de baixo, use a ´almofada´´ do polegar (não é assim que os baixistas tocam, mas é a melhor maneira de chegar perto do timbre deles na guitarra). Seus ataques devem ser rápidos e certeiros, mas não com a mão pesada. A última coisa que covê quer é um som de cordas batendo nos trastes. (os baixos acústicos não têm trastes.) Também é uma boa idéia mudar a localização de sua mão da palheta, pois diferentes pontos de cordas criam sutis mudanças timbrais. Em geral, você precisa manter a sua mão um pouco mais perto da pestana do que o normal, com o seu polegar pairando perto do final da escala.


Se você toca guitarra, deve procurar um timbre limpo e claro, com pouco ou nenhum reverb. Uma guitarra com ponte de madeira irá lhe dar o ataque mais autêntico. Para uma verdadeira ‘vibe´ de baixo, use um jogo de cordas flatwound.


 
O próximo passo é adicionar harmonia. Aqui o trabalho é esboçar o conteúdo harmônico essencial de uma progressão. É claro, em qualquer tempo, um dedo da escala fará uma nota do baixo, portanto a sua possibilidade de acordes será limitada a aberturas de duas e três notas. Devido a tais restrições, a melhor aposta é tocar a 3ª e a 7ª do acorde, que são seus tons definidores. Em G7, por exemplo, ao se tocar F e B ( o b7 e o 3) acima do baixo em G , dá-se aos nossos ouvidos informação suficiente para se concluir que é um G7 (ex.3) . Para outros tipos de acordes, use os 3 e 7 apropriados ( veja a tabela de graus definidores) .
Agora podemos deixar o 3 e o 7 do acorde soarem como semibreves, mas a diversão está na inclusão de toques sincopados do acorde para criar uma levada suingada. A maneira mais simples de fazer isso,é inserindo um toque de colcheia por compasso. Para treinar, repita uma frase de um compasso G7, e coloque um toque de acorde na primeira colcheia do compasso. (ex. 4ª). Traste todos os ritmos em colcheias desta lição como colcheias suingadas.
A seguir mude o toque para a segunda colcheia do compasso (ex. 4b), então para a terceira colcheia do compasso (ex. 4c) , e assim por diante, até que o toque esteja na oitava colcheia ( O ´´e´´ do quarto tempo). Certifique-se de trabalhar neste conceito de toques de baixo em vários andamentos de 72 bpm a 200 bpm. Você pode tornar este exercício ainda mais interessante repetindo uma frase de dois compassos, o que lhe dá mais oito possibilidades para o toque de colcheia.
Uma vez que o groove de um toque por compasso começa a acontecer, é hora de incluir ritmos mais complexos. Os exs. 5ª e 5b colocam dois ritmos comuns de acompanhamento de jazz.

 
Depois de assimilar bem com os exemplos anteriores, é hora de ir para o passo final – colocar tudo junto. O estudo blueseiro de oito compassos (ex. 6) combina todos os pontos que discutimos e oferece algumas vantagens extras. Preste muita atenção nas digitações da mão esquerda, pois alguns acordes – particularmente o C9 nos compassos 5 e 6 – são quase impossíveis de serem sustentados sem usar as digitações sugeridas.
Note como o fraseado rítmico de acordes do compasso 3 e 4 imita a frase dos compassos 1 e 2. Tal simetria torna o acompanhamento mais musical, evitando que se torne uma série de toques aleatórios de colcheias. Use este conceito à medida que você for desenvolvendo os seus próprios movimentos de baixo e acorde.
Pratique o estudo subindo o andamento gradualmente, mantendo o tempo com um metrônomo ou bateria eletrônica. Se você não conseguir fazer as suas linhas de baixo e acorde suingarem em um andamento lento, não conseguirá fazê-los suigar em andamentos médios ou rápidos. Pode ser útil praticar a linha de baixo (notas com hastes para baixo) e os toques de acordes ( notas com hastes para cima ) separadamente, antes de tentar tocá-los todos juntos.
Para entrar fundo no suingue, experimente ajustar o seu metrônomo para metade do andamento, usando seus cliques como os tempos dois e quatro. Apesar de parecer estranho no começo, tirar a ênfase dos tempos um e dois – que são mais acentuados no rock do que no jazz – é um método comprovado para se melhorar o suingue.
Certifique-se de que as suas duas partes (baixo e acorde) estão equilibradas. Para se obter a perspectiva mais clara, grave seus estudos e escute os resultados. Lembre-se: Você está tentando criar uma ilusão em seus ouvidos, portanto, a linha de baixo deve ter o timbre de um baixo acústico e os toques de acordes devem soar como guitarra. Seja qual for o instrumento que você tenta simular, mantenha os acordes com um timbre distinto do baixo.

 

Você está com os movimentos debaixo dos dedos. E agora? Para praticar o walking Bass , estude sobre progressões de blues de 12 compassos em diversos andamentos e tonalidades – incluindo tonalidades em que facilmente possam ser usadas notas do baixo em cordas soltas ( como A,D E,G e C), assim como aquelas em que as cordas soltas raramente são incluídas (como Bb, Eb e Ab). Quando você se sentir confortável acompanhando através de progressões de blues, experimente tocar com alguns standarts de jazz mais simples, como Take the A train ou All of Me.
 
 
Fonte: Blog do Mano