Levada de Contrabaixo Blues aula 2
Olá, amigos! Aqui é o Marcos Duprá, da Primeiros Acordes, e está no ar mais um episódio do nosso programa Contrabaixo na Veia, que vai ao ar todas as quartas-feiras, às 20h. Neste episódio, damos continuidade ao aprendizado das linhas de contrabaixo no blues, aprofundando conceitos e homenageando um dos grandes nomes do estilo: Donald "Duck" Dunn.
Relembrando a Estrutura do Blues
No episódio anterior, falamos sobre os fundamentos do blues: o swing feel, a estrutura harmônica baseada nos graus I, IV e V, e a fórmula dos 12 compassos. Também aprendemos nossa primeira linha de blues, com uma levada básica.
Hoje, vamos um passo além: aplicamos uma segunda linha de blues, partindo da mesma estrutura harmônica, mas com uma abordagem melódica diferente.
Nova Ideia de Linha: Simples e Eficiente
Uma ideia simples e interessante para variar a sonoridade é inverter a linha que já aprendemos. Em vez de começar pela tônica (Lá), iniciamos pela oitava, mantendo a mesma estrutura rítmica. Com isso, a linha adquire um novo contorno melódico, mais agudo, sem perder sua função harmônica.
A linha segue o mesmo caminho: da oitava, passamos para a terça, quinta, sexta e retornamos à quinta. Essa inversão gera um efeito cruzado muito usado por baixistas de blues e funk, e pode ser aplicada nos acordes de Lá7, Ré7 e Mi7.
Aplicando a Nova Linha ao Blues Tradicional
Aplicando essa nova linha aos acordes do blues, seguimos a fórmula clássica dos 12 compassos:
I7 | % | % | % |
IV7 | % | I7 | % |
V7 | IV7 | I7 | V7 |
Com o groove correto e a levada swingada, o resultado é um blues pulsante e envolvente, ideal para tocar em jam sessions ou acompanhar um guitarrista.
Mestres do Groove: Donald “Duck” Dunn
No quadro Mestres do Groove, falamos de Donald "Duck" Dunn, um baixista essencial para quem deseja entender o contrabaixo no blues e no soul.
Nascido em Memphis, Tennessee, em 1941, Dunn foi músico de estúdio durante as décadas de 1950 e 60, tocando com gigantes como Otis Redding, Elvis Presley e Albert King. Nos anos 70, tornou-se músico de apoio e acompanhou lendas como Muddy Waters, Fred King, Eric Clapton, Rod Stewart e muitos outros.
Sua participação no filme Blues Brothers o eternizou como aquele baixista de cachimbo, símbolo de autenticidade e groove. Faleceu em 2012, após um dia intenso de shows no Japão. Morreu dormindo, com 70 anos, após uma vida inteira dedicada à música — um verdadeiro mestre do groove.
Ouça o groove: "Born Under a Bad Sign" – Albert King
No quadro Ouça o groove, aprendemos a tocar a linha de contrabaixo da clássica Born Under a Bad Sign, de Albert King, gravada justamente com Donald Dunn no baixo.
Essa linha se destaca por dialogar de forma inteligente com a guitarra e a bateria. O contrabaixo não apenas sustenta a harmonia, mas conversa com os demais instrumentos, criando uma textura rítmica rica e envolvente.
Perguntas dos Alunos
Recebemos muitas perguntas através do Instagram e YouTube. Separamos algumas para responder neste episódio:
Jorge Locatelli pergunta:
“Professor, com sétima menor, o acorde não seria Lá, Dó#, Mi e Sol? Por que o senhor usa Lá, F# e sexta normal?”
Ótima pergunta! A cifra é uma referência harmônica, não uma obrigatoriedade de execução literal no baixo. Quando uso a sexta (F#), estou, na verdade, sugerindo um acorde com sétima e 13ª. A sexta é equivalente à 13ª. No contrabaixo, criamos linhas melódicas, não tocamos todos os acordes em bloco como um pianista ou guitarrista faria.
Wilson Cavalheiro Júnior pergunta:
“Qual é a marca do contrabaixo que o senhor está usando?”
Uso dois instrumentos: um Jazz Bass da Fender e um Condor ativo que tenho há muitos anos. Curiosamente, gosto mais do som do Condor. Ele tem um timbre encorpado, que se encaixa muito bem no estilo que ensino.
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Um grande abraço e até o próximo episódio do Contrabaixo na Veia!
